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A chegada na tribo dos Apukás


Ao chegar na vila percebi a primeira diferença: “solicitude”!

Comecei a andar e percebi que ninguém olhava para minha pessoa, a impressão é que eles já me conheciam e que sabiam que não oferecia perigo.


Confesso, foi uma sensação estranha!


No centro da tribo um nativo se aproximou e disse que era bem-vindo e estavam me aguardo, e que não me preocupasse com minha segurança. Pois Chmyz já havia me recomendado.


Então, este mestiço forte dotado de algumas habilidades que se destacavam dos outros nativos foi meu elo de ligação com toda a comunidade e me levou a conhecer a cultura, os valores e a vida dos Apukás.


Vou direto ao assunto, vou falar sobre a cultura e os hábitos dos Apukás, vou expressar o que ví e presenciei nas 117 luas que passei com tais nativos.


Os Apukás podem ser considerados como um grupo de neo-brasileiros que vive no norte do Paraná. Pouco se sabe de sua origem, embora a tradição relate que vieram do leste. Conforme a mitologia dos Apukás, um herói cultural, Oãoj, deu origem à sua nação; ele é, por outro lado, conhecido por duas façanhas de força, ter matado o verdadeiro javali que aterrorizava os Apukás e ter derrubado uma cerejeira na qual residia o Espírito do Mal.


A cultura dos Apukás caracteriza-se por uma economia de mercado altamente desenvolvida, que evolui em um rico habitat natural. Apesar do povo dedicar muito do seu tempo às atividades econômicas, uma grande parte dos frutos destes trabalhos e uma considerável porção do dia são dispensados em atividades rituais.


Eles apresentam aspectos tão inusitados que parece apropriado descrevê-Ios como um exemplo dos extremos a que pode chegar o comportamento humano.


Texto inspirado e adaptado da obra de Horace Miner In: A.K. Rooney e P.L. de Vore (orgs) You and the others: Readings in Introductory Anthropology (Cambridge, Erlich) 1976, “Ritos corporais entre os Nacirema”.

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